Caminhada marca o 18 de maio

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43 anos após da morte de Araceli, as marcas do crime continuam presente na sociedade. A prática de violência contra crianças e adolescentes é recorrente e as políticas públicas que deveriam garantir a proteção e manutenção desses direitos, ainda são ineficazes. Os índices são alarmantes, segundo dados sistematizados pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Luís- CMDCA, apenas neste ano na capital maranhense já foram identificados pelos conselhos tutelares 73 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. A área Itaqui-Bacanga foi a que mais registrou ocorrências neste sentido, ao todo 15 casos, seguida da região que abrange Centro e Alemanha, com 13 casos e o bairro Cidade Operária apresentando 10 registros.

Dentre as ações realizadas para o combate aos abusos e explorações sexuais está a caminhada do dia 18 de maio que reuniu órgãos públicos, instituições filantrópicas e a sociedade civil no centro de São Luís. Movidos pela batucada do grupo do Gdam, mais de 100 jovens partiram da Praça Deodoro rumo a Maria Aragão, levando mensagens de resistência contra a violação dos direitos deste grupo.

Para a presidente do CMDCA, Neuza Ribeiro, a ação fortalece a ideia de enfrentamento aos abusos. “Esta mobilização contribui para incentivar tanto da sociedade civil, quanto de autoridades políticas para a importância de combater estas violações”, reforçou Neuza.

A caminhada reuniu entidades que militam na área da defesa dos direitos da infância e adolescência, dentre elas o Centro de Defesa Marcos Passerini. A coordenadora do CDMP acredita que é possível reverter o atual cenário da capital, porém ações efetivas como a do dia 18 de maio devem estar sempre em pauta nas discussões.

“ Momentos como esse são importantes para que a sociedade fique em alerta, muitos casos acontecem dentro de casa, onde os autores são familiares e pessoas próximas. Aqui podemos ver esses meninos e meninas exercendo sua cidadania, mobilizando o público e exigindo um direito”, afirmou a coordenadora do CDMP, Maria Ribeiro.

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